domingo, 4 de junho de 2017

A Lua em Gémeos





LUA NATAL EM GÉMEOS

Temos uma valorização colectiva da racionalidade e a comunicação que escamoteia os possíveis problemas que estão associados. Devemos pensar que a pessoa identificada com o mecanismo lunar geminiano tem uma forte dissociação entre a mente e a emoção, do qual não é consciente. Esta hipertrofia de habilidades intelectuais e sua aparente versatilidade fala de um nível emocional muito imaturo, que está tencionando todo o sistema mas que é muito fácil de desmascarar. O código subjetivo desta pessoa em relação a emoção e ao afecto, ao estar tão mediado, tem que gerar problemas necessariamente em muitas ordens da vida.
Podem projectar sua Lua, mas na realidade depende de como olhamos a cena. Com o tempo aprende a ver , ainda que pareça projectá-la em outros, de qualquer maneira está jogando sua energia lunar, por exemplo, pode ter super valorizada a inteligência e ao mesmo tempo sentir-se um tonto. O circuito é o mesmo porque a afectividade é a inteligência, mas não se sente merecedora dela. Quem sabe em sua experiência inicial e mensagem afectiva tomou a forma de que o inteligente era o outro, então, ao não querer a inteligência, não se sente querida. É um padrão desvalorizante que à leva a buscar afecto em outros, gerando aquilo que não acredita possuir. Produz-se um absolutismo, uma unilateralização de afectividade, porque só para seu contexto inconsciente é certo que para ser querido há de ser inteligente. Mas, porque uma Lua em Gémeos pode sentir que lhe falta inteligência? Em todo o caso, por outros aspectos de sua carta natal. É quase uma regra que estas pessoas possam ter uma parte mais “madura” que outra e que apresentem um amadurecimento psicológico muito desigual. O habitual é um grande crescimento mental e um escasso desenvolver emocional. Neste caso reside a tensão e também o paradoxo, porque são seres mentalmente infantis. Ser a pessoa rápida, inteligente, clara, adaptável, é como seguir sendo uma criança. O círculo vicioso consiste em que são aparentemente adultos - com esta rápida e brilhante mente - e por outro lado isso não é totalmente certo, porque o mental neles é mais um jogo que um verdadeiro modo de abrir-se à compreensão da realidade
Freud (que tem Lua em gémeos no seu mapa natal) , é visível a maneira como se articula a Lua em Gémeos . A psicanálise, em sua origem, tem que ver como chegar ao paciente até um estado regressivo na qual se fala e, através da palavra de seu discurso, é interpretado. Este é um circuito em que estão o talento e o mecanismo da Lua em Gémeos inexplicavelmente reunidos. Por certo, não estou dizendo que Freud teria que fazer outra coisa, mas seu enfrentamento com Jung e com Reich mostra que o contacto directo com o inconsciente, sem mediação verbal, era intolerável para sua Lua em Gémeos, porque nestas abordagens perdia a protecção de sua capacidade básica: a de entender racionalmente. Mas também é válido dizer que, com este escudo que era a sua Lua, permitiu com a  humanidade, em seu conjunto penetrar um território desconhecido. Ele foi o avanço e os que vieram depois, graças à ele, com um mapa que lhes permitiu aprofundar pontos que ele temia, não só por sua Lua em Gémeos mas sim por ser ele o primeiro. Cada sistema energético tem a sua disposição todos os elementos para manifestar uma síntese criadora. Aqui o importante é o equilíbrio do conjunto.Todos necessitamos protecção: essa é a função da Lua. O que denominamos mecanismo surge da identificação com uma parte, que exclui as outras. No caso de Freud, me parece que o talento e a integração de sua Lua foram extraordinários. Onde aparece o mecanismo, em minha opinião, é na exclusão das demais perspectivas e na condenação de outros caminhos que iam mais além de suas possibilidades. Em geral, para todas as Luas há um teste muito bom e é muito importante estar atento diante de situações intensas onde seja impossível utilizar o registo da própria Lua. Por exemplo, observar que se passa em  uma Lua em Áries impedida de agir e de manter a iniciativa por razões físicas; ou uma Lua em Touro que não pode afirmar-se de nada, ou uma Lua em Gémeos que não pode explicar. É notável o quanto desorientadas ficam as pessoas nestas situações intensas em que não podem apelar a qualidade ou mecanismo lunar. Apresenta-se uma terrível sensação de insegurança e desprotecção, totalmente fora do familiar. No caso da Lua em Gémeos, basta que escutem algumas palavras - ou que se permita expressá-la - para que volte a sentir-se cómoda. Podemos imaginar um romance entre a Lua em Gémeos e a Lua em Touro? Quem sabe tomem um café juntos, e a primeira fale, fale e não pare de falar. A segunda como não pode entender porque não é tocada ou acariciada, pede um sanduíche atrás do outro. As duas pessoas conduzem a situação, que é intensa para ambas, usando o mecanismo que lhes é próprio. Este se arma de maneira espontânea e delimita respectivamente dois espaços seguros, que não se suportam nunca porque cada um está ligado a energia que lhe dá segurança e o separa do outro. Geralmente não somos conscientes da maneira como tentamos impor aos demais a vibração em que nos sentimos seguros
Se a Lua se integra ao sistema já não absorve indevidamente energia nem distorce as demais funções. Mas, o que significa “se integra”? Basicamente, que a consciência já compreendeu o nível de si mesma que se protege desta maneira, no caso da Lua em Gémeos, postergando indefinidamente a síntese. Ao ter contacto com o temos que está associado ao mecanismo lunar , este deixa de ser valorizado como um talento e o detém, permitindo a pessoa começar a entender seu próprio mundo emocional.
Uma pauta importante, então, é se dar conta que o medo está associado a Lua e que se aceitamos o modo que ela nos mascara, nós ficamos na Lua. Em termos históricos, o mecanismo lunar sente um temor próprio dos primeiros anos de vida ou - em termos energéticos - de quem não se atreve a ir além do conhecido. Quando se atravessa uma situação em que operam outras energias da carta natal, a qualidade lunar se sente transcendida em suas possibilidades e começa a actuar inconscientemente. A partir daqui se configura um contexto imaginário em que, não só o perigo e o temor são ilusórios, e também a maneira de transcendê-los. Dito energicamente: o que imagino quando o mecanismo lunar é imposto, é perigoso quando não se tem mestria sobre nenhuma outra qualidade energética do sistema, fora o da Lua. Mas aflora o medo próprio da identificação com a qualidade lunar entendida como exclusiva - energética-mente - ou de incapacidade para registar afecto e segurança por outros canais que não repetem o esquema mãe/filho, psicologicamente. Neste ponto, se dar conta do temor ligado a própria Lua é extremamente importante, mas muito mais é poder atravessá-lo. No caso da Lua em Gémeos, podemos dizer “ah, pobrezinho! Porque não pode fazer três coisas ao mesmo tempo? A que assim fala é a parte menor e mais desvalida da pessoa. Quando esta Lua faz três coisas ao mesmo tempo é porque está escapando de algo; basicamente, está escapando de definir uma direcção de acordo com sua singularidade, está buscando postergar a definição de si mesmo, permanecendo em um estado infantil inclusive. Cedo ou tarde o destino fará com que se defina, mas neste caso, provavelmente, deverá fazê-lo por meio de crises. O mecanismo da lua consiste em permanecer para sempre na base, identificado com aquela qualidade através da qual entrou na vida, sem crescer jamais. Em termos energéticos, crescer quer dizer abrir-se aos níveis desconhecidos de si mesmo e não identificar-se com o conhecido. Justamente porque essa base - o conhecido - já está assegurada e nada irá nos tirá-la, só é possível ir mais além, incorporando-a como um talento maravilhoso de uma nova identidade que se desenvolve.Um talento inegável da Lua em Gémeos é poder colocar palavras às emoções e, em geral, a todas aquelas ordens da realidade que são muito difíceis de verbalizar. Existe uma usual atitude para falar e expressar já que, no geral, estas pessoas falam muito e possuem uma grande capacidade para estabelecer acções mentais.
Agora bem, isto é um talento ou um refúgio? É difícil discriminá-lo e tudo depende de como está se manifestando a energia. Podemos dizer que uma coisa é colocar palavras naquilo que teme e fazê-lo inteligentemente, criando assim um novo contexto de comunicação para todos, e outra muito diferente é explicar e estabelecer teorias sobre isto para mostrar o próprio brilho intelectual afectivizado. Uma coisa é ser inteligente e outra é depender dela porque não suporta que existam regiões além das palavras. O talento para a comunicação está presente na Lua em gémeos, com toda a segurança, mas si a pessoa se desespera cada vez que não consegue comunicar-se e fazer-se entender, então estamos diante de um aspecto regressivo. Freud tinha a Lua em Gémeos na casa VIII e nele podemos ver todos os talentos. Possuía uma capacidade extraordinária para estabelecer relações entre campos diferentes, para conferir inteligência e colocar palavras nos mundos mais escuros, ambivalentes e contraditórios, para captar coerência no âmbito dos sonhos. Com um dado pequeno, com um simples ato feito, esta Lua em Gémeos a serviço do Touro-Escorpião conseguiu captar de que maneira se configura o inconsciente e, desde ali, reorganizou a totalidade do ser humano para nossa época. Em Freud, o talento da discriminação e a palavra se fez presente no território mais indiscriminável e escuro.Mas por outro lado, podemos também ver através do desenvolvimento posterior da psicanálise que, quem sabe Freud previu - como condição para a cura - excessiva ênfase em fazer inteligente o inconsciente. Desta maneira, o “interpretar” ficou supervalorizado e o talento de colocar o escuro em palavras abriu outros canais. Jung era um místico e Reich um louco, porque aceitar que os modos do inconsciente podem resolver-se em seu próprio nível, sem ser mediados racionalmente ou, que chegar até o fundo da libido, pelo próprio corpo sem passar pela interpretação, era muito perigoso. Mas podemos perguntar, perigoso para quem? Sentimos a tentação de dizer, para sua Lua em Gémeos. Quem sabe ele se sentia excessivamente ligado com seu próprio talento, que era a palavra. Mas aqui reside ao mesmo tempo o temor, porque vendo o escuro sem palavras nos acomete medo. Isto é assim para todos, mas fundamentalmente para e sistema energético de Freud, em que deve descobrir-se uma distância muito exigente: a que media entre sua Lua em Gémeos e seu Ascendente em Escorpião. Não me parece possível elucidar levianamente onde o suporte de Freud foi maior, se do produto de seu talento, ou de seu medo. Da análise de sua Lua em Gémeos, podemos dizer: houve uma tensão que se transformou em criatividade. Nisto reside a difícil fronteira entre as duas caras da Lua, que não me parece possível de resolver nem julgar além da dinâmica de cada destino específico. No princípio, para a pessoa com esta Lua é muito mais cómodo assimilar e assimilar, combinando e recombinando, preparando-se infinitamente para o grande dia que nunca chega.


Então, o trabalho de uma Lua em Gêmeos seria sustentar a intensidade emocional? Quem sabe este corpo tenha que sustentar vibrações ou intensidade que quando era pequeno tentou se livrar e que agora - para não sofrer - estejam reencobertas por racionalizações. Mas como “entendi e 
racionalizei para não sofrer”, terá experiências emocionais carregadas de dor que estiveram postergadas toda a vida. Chega um momento em que é necessário vivê-las para integrá-las; só assim, será possível compreendê-las realmente. 
Deixar de reflectir mentalmente os outros é toda uma confrontação emocional porque, ao ver-se obrigado a fazer a sua própria síntese ou ter que assumir uma posição estável, se sente particularmente desguarnecida e insegura. Seguramente terá que atravessar seus medos, não no sentido de controlá-los ou interpretá-los e sim permanecendo com eles até que desenvolvam tudo o que têm que dizer.
O fundamental - e não só para a Lua em Gémeos - é que a Lua se dá naturalmente do desenvolver cíclico da mandala natal. É importante que chegue como uma consequência, que não se manifeste como uma necessidade prévia e mecânica, anuladora de outros canais.Claro que isto é sensível, já vimos que a pessoa com a Lua em Gémeos é aquela que diante de um problema emocional prefere ler um livro para saber como trabalhar as emoções. Ler é um refúgio, um molde de separar-se da realidade e esconder-se em um mundo próprio. A leitura é algo que protege e tranquiliza e estas pessoas podem ler de forma desmedida. São os ‘típicos leitores de sete livros ao mesmo tempo, que acreditam que podem seguir perfeitamente os sete relatos com perfeição. É difícil que possa fazer uma leitura profunda, em geral, sua tendência principal é ler ensaios e acumular informação para estar assim inteirados de tudo. Ao inverso, também podem ganhar livros porque estes são para eles uma forte tendência emocional e são uma demonstração equivocada de afecto e intimidade.Outro tema importante, do ponto de vista vincular, é uma forte afectivação dos irmãos. Este vínculo pode ser o mais seguro para eles e é interessante observar a subtil dependência em que caem. Mais importante ainda é a tendência a impregnar todos os demais vínculos com a busca da fraternidade. É muito fácil ver como essas pessoas se instalam inconscientemente no grupo dos irmãos - maiores ou menores - indistintamente - com respeito aos demais. Há um autêntico deleite nesta modalidade e uma alta capacidade de fraternizar, o problema reside em não perceber o quanto agressivo se põe a pessoa em seus vínculos contaminados por este imaginário fraternal. Como seu inconsciente se sente em vê-los infantilmente seguros, podem perder o contacto com o que realmente acontece. Muitas vezes, em afecto, este adulto parece uma criança jogando entre os irmãos maiores e menores, e a vida se apresenta enganosamente fácil e leviana. Se sente seguro no meio dessa modalidade e ainda que não peçam tende inconscientemente a proteger fraternalmente o outro, ou buscar a protecção pessoal neste vínculo. As pessoas com esta Lua podem ter um aspecto juvenil. Sim, esta Lua pode dar uma aparência juvenil, brincalhona e até adolescente. Em geral são pessoas bastante divertidas, mas temos que observar isto com atenção porque na realidade é muito difícil para elas levarem as coisas à sério. Esta Lua pode ser uma qualidade em alguns casos, no fundo é uma defesa para permanecer num nível de indeterminação e provisoriedade em que se sentem seguras. Isto é visível no uso que fazem destas qualidades para poderem cortar a tensão. Possuem uma natural desordem que provêm da dispersão, são  pessoas desordenadas. Inclusive o mental, ainda que tudo parece muito lógico e coerente, é provável que isto seja correto apenas em um nível superficial. Como o que está valorizado emocionalmente é a rapidez e a resolução brilhante e oportuna, seu intelectual material é provisório e disperso e muitas vezes forçam as associações para conseguir afecto. O mais significativo desta atitude provisória geralmente cheia de possibilidades - que faz todo o possível para não definir-se nem amadurecer - é uma forte tendência a ser o eterno estudante.



Esta é uma de suas posturas predilectas: estudar, estudar e estudar, acumular infinitas informações; ser a eterna promessa de uma síntese que nunca ocorre... A Lua em Gémeos é atraída magneticamente por toda a pessoa que sabe algo específico, em qualquer assunto: observa atentamente o jardineiro de sua casa e o enche de perguntas, ao mecânico de seu carro, ao professor de matemática que faz equações complexas, ao astrólogo... Com sua desenvoltura para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, sempre há um curso aqui outro ali, um seminário, algum livro novo para ler, alguma nova teoria para adaptar. Como pode fazê-lo com muita facilidade e, em aparência, aprende tudo muito rapidamente, isto se transforma em um mecanismo para não comprometer-se e não fazer-se responsável, eventualmente, de todo esse conhecimento adquirido em uma síntese pessoal. Assim, aprende atentamente, obtendo um acumulo de informações variadíssimas que nunca chega a integrar. Por isso, um sintoma psicológico em que o mecanismo lunar mostra toda sua dificuldade e distorce o conjunto do sistema, é a postergação indefinida da síntese, porque acredita que sempre há algo mais que deve aprender antes de definir-se. Tudo se converte em um “eterno aprendizado”, muito interessante como posição existencial, mas que aqui só revela a perpetuação de uma qualidade que o impede de fazer-se responsável por seu próprio amadurecimento. Vocês verão as Luas em Gémeos - e em Sagitário - compartilharem traços de serem muito simétricas: aprendem rapidamente mas por reflexo, imitando, sem fazer realmente uma síntese pessoal. É difícil adverti-lhes que se encontram no mundo mental de outros “como em sua própria casa” e se refugiam na mente dos outros. Da mesma maneira e em outro nível, ao repetir informação de qualquer tipo - seja a teoria da relatividade ou a constituição das equipes de futebol - se sentem inconscientemente “brilhantes” e seguros.Mas Freud tinha a Lua em Gémeos e desenvolveu um extraordinário pensamento próprio e com grande síntese.
A função lunar integrada e o mecanismo lunar, isto é, entre os talentos da Lua e a busca inconsciente da segurança. Vamos ver com mais detalhe o modo como pode desenvolver-se uma Lua em Gémeos em um adulto, para encontrar a ténue linha de demarcação entre talento e mecanismo. Há muitas cenas e situações possíveis que nas quais expressa o hábito que leva a pessoa a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e a dispersasse. Por exemplo, dividir a própria casa em dois espaços - um para trabalhar e outro para morar - ou melhor ainda, ter duas casas e estar indo e vindo de uma a outra. O desenvolver da vida quotidiana mostra a estas pessoas cheias de vivacidade, fazendo uma tarefa e, antes de terminá-la, encarando simultaneamente outra, e logo outra e mais outra. Ainda em pequeno, é bom perceber que este movimento divisivo se incide na idade adulta. Estar fazendo uma coisa, falando uma segunda e pensando uma terceira é uma indiscutível habilidade, mas em geral as Luas em Gémeos apelam a isto para não estar plenamente presente em uma situação determinada.
Qual é a diferença se tem o Sol ou o Ascendente em Gêmeos, e não a Lua? O sol se expressa fazendo várias coisas ao mesmo tempo, o Ascendente, no contacto, terá que aprender a fazê-lo de modo que tenha um trabalho numa cidade e outro em outra e tenha que cumprir com os dois. Tanto no caso do sol como do ascendente, todo esse movimento implica em expressão e crescimento porque a pessoa está desenvolvendo as qualidades da simultaneidade e a vincularidade. Com a Lua em Gémeos, no contatco, a pessoa quem sabe tenha apenas um trabalho, mas se empenha obstinadamente em conseguir outro em outra cidade... Isto se torna muito fácil e não está aprendendo nada ali, mas ainda, fazendo isso está se refugiando em algo que lhe é muito familiar e que lhe tranquiliza porque repete uma pauta inconsciente.Nesta espécie de “mania de simultaneidade” se mostra, por um lado, uma real capacidade para encontrar pontos de encontro entre situações totalmente diferentes, mas por outro, a necessidade emocional de contar com variantes disponíveis para cada caso para não ficar encerrado em situações sem saída. É evidente que esta busca contínua de alternativas se produza porque a pessoa com a Lua em Gémeos tem grandes dificuldades para concentrar sua energia em uma só direcção. Assim obtém uma alta flexibilidade, mas ao mesmo tempo, mediante esses comportamentos se assegura que nunca ficará totalmente imersa em situações de intensidade excessiva. Ao evitá-las esta estrutura infantil impede que se produza a pressão e a síntese necessária para amadurecer. Podemos pensar, por tanto, que as experiências que lhe exijam transitar por elas sem alternativas, tenham um auto custo emocional, mas na realidade são extremamente saudáveis para estas pessoas por quanto as obrigam a liberar outros recurso latentes em sua estrutura, mais além de seu nível lunar.
De todo jeito, pensamos que para estas pessoas o padrão emocional básico leva a dividir a carga energética. Isto se produz com mais facilidade no ato de pensar, especificamente em entender e falar. Quando as coisas se entendem, a Lua em Gémeos acredita que “está tudo bem”. Usando um exemplo um tanto exagerado, poderíamos dizer que se o avião se precipita ao oceano, se sentiria muito mais tranquiliza se paralelamente vá explicando porque ocorre o acidente. Se fosse um estudante de astrologia, enquanto cai diria: “claro que é porque subi no avião com Marte em quadratura com Urano oposição à Netuno”, ou seja, se existe uma explicação experimentará segurança e proteção, ainda que na realidade em meio a um desastreVeremos que, em geral, estas pessoas cedem continuamente a tentação de dispersar-se e de abrir novas metas, com a convicção de que assim se multiplicam as possibilidades. Esta fragmentação incessante de suas actividades as deixa cedo ou tarde sem energia disponível.
Assim ficam presas em um padrão do destino onde frequentemente acontecem crises provocadas pela impossibilidade de sustentar tantas perspectivas abertas. Será oportuno que a Lua em Gémeos se pergunte o que pretende realmente no momento em que se lança à vários caminhos diferentes, ou cada vez que alcança rapidamente uma explicação brilhante acerca de uma situação. Outro padrão de destino habitual nestas pessoas é o desencadeamento de crises por excesso de racionalização de uma dada situação. Isto é muito marcado nos momentos de conflitos afectivos, quando o mecanismo de dissociação as leva desesperadamente a tratar de “entender”, no lugar de permanecer profundamente em contacto com o que ocorre.O que podem fazer? Não há muitas alternativas, visto que não têm contacto com as suas emoções...Não sou muito afectivo, dizem aos demais, para com os que assim deveriam ser. Quer que uma pessoa saiba o que os demais tem que fazer e constituir-se assim em uma autoridade acerca de suas vidas, me parece uma atitude muito perigosa. A meu modo de ver é possível, no contacto, ajudar a desmascarar os condicionamentos que retiram a expressão dos níveis mais profundos de uma pessoa. Claro que alguém pode sentir a tentação de dizer a uma Lua em Gémeos que recorra a um nível intuitivo e que, por exemplo, faça uma tirada de I Ching ou que preste mais atenção a seus sonhos. Mas o problema está em que ao fazê-lo, em seu nível inconsciente a pessoa acredita ser um “maestro taoísta” ou mesmo Jung. A Lua em Gémeos dificilmente permanecerá em contacto com a substância onírica ou com o mistério dos hexagramas, e sim, buscará interpretações; e isto é o que queríamos evitar. Se alguém que tem como mecanismo básico a racionalização e consegue mascará-la com uma qualidade mística e intuitiva, entramos em um problema muito mais grave que no começo. O mecanismo lunar é muito insistente e mantém-se mais ou menos oculto e não se revela a pessoa seu componente infantil. Acredito que primeiro devemos compreender do que estamos nos protegendo através dele e aprender a atravessar esta zona de desprotecção tão temida. Só ali surgirão realmente os recursos mais maduros do sistema e se produzirá a integração necessária.Toda a Lua em Gémeos deveria tomar contacto afectivo com o pânico que produzem as situações que estão além das palavras. Por exemplo, o que acontece antes daquilo que não pode entender - ou quando não se faz entender - que sente ao ficar sem explicações próprias ou sem conseguir que alguém o explique. Tudo que não possa ser posto em palavras produz temor em um nível emocional básico ainda que outros níveis de sua estrutura não o registem assim, está é a sua principal dificuldade. Suponhamos que na carta de alguém com muito Peixes ou Escorpião tenha uma Lua em Gémeos: não lhes será fácil perceber até que ponto a expressão de seu Sol ou o aprendizado de seu Ascendente o levam em direcções que aterrorizam seu nível mais básico. Este começa então a operar desenvolvendo explicações que parecem brilhantes, mas que na realidade são cada vez mais irrelevantes e defensivas. Ou então, desperdiçando-se em muitas actividades e iniciativas, até que inevitavelmente se produza o encontro com aquilo, que do qual pretende fugir.
Admitir que se  tenha sido capturado pelo mecanismo lunar é bastante doloroso, porque implica dar-se conta de várias coisas ao mesmo tempo:
1 - Que uma resposta que surge de algo considerado como um talento, uma capacidade natural e apreciada, se revela ao contacto como um comportamento totalmente inadequado e ineficaz.
2 - Que se projecta um imaginário sobre a situação real, distorcendo-a por completo.
3 - Que este imaginário surge do temor que produz a situação. Na realidade, a pessoa se sente insegura e sua inconsciência busca uma conduta associada a presença da mãe. Esta é a garantia que esse nível básico necessita, para sentir que nada de mal pode lhe ocorrer. O mecanismo lunar sempre é regressivo e isto é fácil de compreender já que - quando se inicia  - a pessoa não está no presente. Deste modo, a segurança que promete este hábito, na realidade está mascarando uma insegurança muito profunda. Com a suposta habilidade da Lua em Gémeos é a inteligência e a capacidade de entender rapidamente o que acontece, pode ser muito doloroso para estas pessoas dar-se conta de que na realidade não estavam entendendo nada do que efectivamente aconteceu; só estavam racionalizando. A distância entre entender, explicar e interpretar, a respeito de compreender e permanecer em contacto com os acontecimentos, é realmente difícil de acontecer para uma Lua em Gémeos.
Em sua quem tem Lua natal em Gémeos, tem personalidade leve e bem humorada,não costuma provocar brigas, e, quando elas acontecem, esquecem-nas depois. Sente-se desconfortável 'chorando' ou vendo alguém chorar. Gosta de falar o que está sentindo e de conversar. Fala por falar como o passarinho canta. 
Acredita que "é conversando que gente se entende". 
Prefere o movimento e a novidade à estabilidade. 
Não gosta de envolvimentos emocionais muito profundos ou dramáticos, embora não seja adepto da solidão. 
Valoriza os contactos sociais e as pessoas intelectuais e inteligentes. 
Tende a racionalizar os sentimentos e raramente sabe o que realmente sente. Repudia ciúme ou possessividade e pode passar uma imagem de pessoa fria ou superficial. Não tem paciência nem disposição para escutar sermões. É claustrofóbica. Não consegue se manter com agrado em lugares fechados, sem ar, ou submetido a pressões.  Alma de palhaça. Acredita que a sabedoria habita na simplicidade e no humor. O que magoa  muito uma pessoa com a lua em êmeos é não falar ou se comunicar com ela. Não ouvi-la. Espaços fechados onde reine a seriedade e o silêncio. 
O que precisa? 
Movimento, novidade, comunicação. 
O que deveria levar em conta para harmonizar com os outros? 
Antes de começar a falar ou intervir perceber se o outro está em disposição da escutar ou receber. Aprender a ouvir. Falar, percebendo como está sendo escutada. 
Como gostaria que fosse sua mãe? 
Comunicativa, inquieta, brincalhona, ligada a parentes, sociável. Simpática, amiga de seus amigos e de suas (seus) namorada(o)s e sempre disposta para uma boa conversa, com todo mundo. Actualizada, sabe de tudo um pouco: gosta de  manter-se bem-informado. É uma boa companhia e companheira de brincadeiras. 
Gosta de dispor de tempo para a escutar e dar continuidade ás conversas que quiser desenvolver; livros que estejam na moda; assinaturas de jornais e revistas que ela goste; cds; convites a passeios; passagens aéreas; aparelho de telefone celular ou telefone fixo especial, sem fio e a viva-voz; walkman; gravador; computador (laptop, de preferência); cadernos, canetas, papéis especiais; bolsas práticas cheias de compartimentos; roupas leves, soltas, coloridas mas com desenho simples e alegres. 
Lado negativo: 
superficialidade, inconstância, confusão, fala excessiva, intromissão, fofocas, invasão. 



Quando crianças, nosso bem-estar depende do amor de nossa mãe. Quem tem a Lua na 10ª Casa projeta a "mãe" no mundo: 



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