Todos os factores astrológicos vão ser intepretados segundo as suas posições vistas a partir da Terra (geocêntricas). Em Astrologia, os planetas têm um valor simbólico; o estudo dos planetas como corpos físicos é da área da Astronomia.
A interpretação astrológica parte do princípio de que "o que está em cima é como o que está em baixo". Significa isto que existe uma relação simbólica entre a posição relativa dos astros nos céus (o que está em cima) e a vida humana (o que está em baixo). É a relação entre o Todo e a Parte: o ser humano é, em pequena escala, um reflexo dos céus.
Os primeiros astrólogos aparecem em 4.000 AC com o desenvolvimento das civilizações mesopotâmicas e egípcias no Médio Oriente. Começam nesta altura a desenvolver-se os métodos de observação e cálculo astronómico; paralelamente, desenvolvem-se também algumas das bases fundamentais da Astrologia, nomeadamente, o conceito de Zodíaco, as características planetárias e a atribuição das regências. Os astrólogos desta época são conhecido por "caldeus", por grande parte deste conhecimento desenvolveu-se na Caldeia. Todo o panorama religioso é favorável ao desenvolvimento da Astrologia. Aliás, esta é praticada por sacerdotes, enfatizando o seu lado mágico, religioso e sagrado. A Astrologia é utilizada para o estudo e previsão de eventos colectivos. Os horóscopos individuais raramente são utilizados; geralmente, são feitos apenas para os reis ou para figuras muito importantes para a nação. No entanto, há que realçar que a maior parte das bases espirituais da Astrologia foram perdidas ou esquecidas à 1500 anos atrás. Todos os actuais conceitos esotéricos foram reconstruídos recentemente. São ainda um pálido reflexo da verdadeira essência desta arte. As ilações que se fazem actualmente são muitas vezes "colagens" feitas por indivíduos que, por muito boa vontade que tenham, não possuem um verdadeiro conhecimento esotérico
A palavra Horóscopo significa em grego "considerar os céus" ou "ver a hora". Para fazer o horóscopo ou mapa natal, os astrólogos consideram, portanto, a posição relativa dos astros nos céus (entre outros factores) num dado momento. Como já referimos, o horóscopo representa o aspecto do céu, visto a partir da Terra, num determinado dia, hora e local. O mapa natal é, portanto, uma representação bidimensional do conjunto dos corpos celestes do Sistema Solar e das estrelas que formam o Zodíaco. Em termos muito simplificados, diríamos que o que está representado num mapa natal pode resumir-se em três palavras: signos, planetas e casas. Existem muitos outros factores astrológicos, mas estes são, sem dúvida, os principais. Os doze signos astrológicos são os factores primordiais do mapa. Eles constituem doze "modos" ou "estados do ser", através dos quais a natureza humana se manifesta. Estes signos formam uma "cintura", que tem o nome de Zodíaco (em grego: "roda da Vida" ou "círculo de animais"). Quando observamos os planetas a partir da Terra, estes parecem movimentar-se ao longo desta "cintura"
Podemos comparar o mapa natal a uma peça de teatro: os Signos seriam os "papéis" que nos compete desempenhar; os Planetas seriam os "actores" que os desempenham, enquanto as Casas são os "palcos" ou áreas de vida onde vivemos esses papéis.
Em qualquer dos ramos astrológicos, o horóscopo é sempre a ferramenta base. Contudo, o modo como é calculado pode mudar; o mesmo acontece com as técnicas de interpretação e o significado prático dos seus componentes. Quais são então os principais ramos da Astrologia? Eis alguns dos principais
A Astrologia Natal
O seu objecto de estudo é o ser humano. O mapa utilizado é o mapa de nascimento (ou mapa natal) calculado para a data, hora e local de nascimento. Considera-se o momento de nascimento aquele em que o bébé respira pela primeira vez. O objectivo desta abordagem é auxiliar o indivíduo no seu auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal.
A Astrologia Mundana
Esta é a Astrologia dos grandes acontecimentos e dos movimentos colectivos. É considerada a mais nobre de todas as Astrologias, pois estuda o Macrocosmos, os designios da divindade e o desenrolar do plano divino. Ele incluí outros ramos dos quais se destaca a Astrologia Política, que estuda os mapas de paises e os eventos políticos. Estuda também as influências cíclicas, os grandes alinhamentos, os eclipses e, em geral os factores de grande impacto, capazes de afectar a Humanidade como um todo.
A Astrologia Horária
Procura das resposta directa a perguntas específicas. Para tal, estuda-se o "mapa natal" do momento em que a pergunta é feita, acreditando encontrar-se nele, através da Lei da sincronicidade, a própria resposta. Rege-se por regras e simbolismo muito específicos. Esta Astrologia sempre foi bastante questionada, não devido aos seus princípios, mas devido ao seu uso abusivo com sistema divinatório, de que foi vítima ao longo da eras. Neste ramo inclui-se a Astrologia Electiva cujo objectivo é tentar encontrar o melhor momento para um evento ocorrer (por exemplo: uma coroação de um rei, a fundação de uma empresa, etc.)
A Astrologia Médica
Este ramo tem como objectivo tentar compreender as condições médicas de um indíviduo. É, no fundo, uma especialização combinada da Astrologia Natal e da Horária, pois emprega métodos de ambas. Aqui os factores astrológicos são interpretados como partes do corpo (os Signos), funções fisiológicas (os Planetas) e áreas de expressão (as Casas). Esta Astrologia caiu em desuso com o aparecimento da Medicina moderna. Actualmente parece estar a sofrer um revivalismo devido ao ressurgimento das chamadas "medicinas alternativas"